quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

As Marcas Centenárias

Marcas centenárias

Apesar de o primeiro automóvel ter surgido há mais de 100 anos, atualmente existem poucos construtores que se podem orgulhar do estatuto de centenários. No início foram os inventores e pequenas empresas que nasceram e morreram fruto da rápida evolução dos modelos e a industrialização que se seguiu. No entanto, a Mercedes, a Peugeot, a Ford, a Renault, a Opel, a Fiat e a Skoda, podem reivindicar este estatuto no universo dos grandes construtores atuais, entre os quais é às vezes difícil de precisar a "data de nascimento".


POR Ernesto Di Rago•


Mercedes 1886

A atual Mercedes surge como uma conseqüência das empresas criadas por Gottlieb Daimler e Karl Benz o que só veio a acontecer em 1926. No entanto, as origens remontam a Janeiro de 1886 quando Karl Benz patenteou um triciclo movido por um motor monocilíndrico ou a Agosto do mesmo ano quando Gottlieb Daimler apresentou um veículo de quatro rodas. O nome Mercedes surge já no século XX quando a filha do cônsul austro-húngaro em Nice resolveu adquirir um Daimler que batizou com o seu nome. A procura de veículos semelhantes foi tão grande que em 1902 o construtor resolveu registrar o nome Mercedes. Nasceu assim a marca e a famosa estrela de três pontas que adotou como símbolo.

Peugeot 1891

Como muitos outros construtores a família Peugeot iniciou a sua atividade comercial com a produção de bicicletas, tendo-se iniciado na construção automóvel em 1891 com um veículo movido por um motor Daimler. Com os primeiros automóveis surgiram na França às primeiras corridas aonde a Peugeot veio a participar, tendo sido a primeira marca a utilizar os pneus criados por André Michelin na corrida Paris-Bordéus que se realizou em 1895. Sem se desligar da construção de bicicletas (Cicles Peugeot) a produção automóvel da Societé Anonyme des Automobiles Peugeot aumentou rapidamente no início do século XX.

Ford 1896

Henry Ford criou o seu primeiro motor de dois cilindros em 1893 que veio a dar origem a um automóvel que surgiu em 1886. Na época Henry Ford era engenheiro-chefe da Detroit Automobile Company que em 1901 mudou de nome para Ford Motor Company. Em 1903 surgiu o Modelo A que veio garantir um sucesso comercial, permitindo à nova empresa crescer e investir numa série de novo modelos que foram surgindo por ordem alfabética até ao modelo T. Foi o primeiro passo na construção de um império, que, hoje ocupa o segundo lugar no "ranking" dos maiores construtores automóveis.

Renault 1898

A história da Renault começa em 1898 quando Louis Renault realizou o seu primeiro veículo automóvel com base num triciclo De Dion. Graças ao apoio dos irmãos Marcel e Ferdinand, Louis Renault apostou forte na competição automóvel como veículo de promoção dos seus produtos. Em 1903 Marcel Renault perdeu a vida num acidente na corrida Paris-Madrid. Posteriormente, a morte de Ferdinad levou Louis Renault a alterar o nome da sua empresa para Usines Renault. Em 1944, depois da Guerra Mundial, Louis Renault foi acusado de colaboração com os nazistas, e foi preso. As Usines Renault foram nacionalizadas passando a chamar-se Regie Nationale des Usines Renault.

Opel 1898

Adam Opel começou por ser um construtor de bicicletas. O seu negócio era próspero quando morreu em 1895. Em 1898 os filhos apostaram no setor automobilístico e no ano seguinte surgiu o primeiro veículo da Opel que era pouco mais do que uma carruagem movida por um motor monocilíndrico. Um acordo com a Darracq permitiu à Opel utilizar os chassis franceses sobre os quais eram montadas carrocerias produzidas na Alemanha. Só em 1902 é que surgiu o primeiro veículo integralmente produzido pela Opel: o 10/12 HP que foi apresentado no salão de Hamburgo. Os problemas econômicos que marcaram a década de 20 obrigaram a família Opel a vender 80 % da sua fábrica à General Motors que em 1931 assumiu o controle total da marca.

Fiat 1899

Uma das poucas empresas familiares que surgiu no século XIX e resistiu até aos nossos dias foi a Fabbrica Italiana Automobili Torino (FIAT). Fundada em 1899 por Giovanno Agnelli a marca começou fabricando um modelo equipado com um motor de dois cilindros, mas em 1912 já competia no segmento dos carros de grande luxo como o Superfiat 40/60 HP equipado com um motor V12 que rivaliza com os Rolls Royce. No entanto, a história da marca italiana é feita de grandes sucessos comerciais ao nível dos automóveis pequenos e baratos como o Balilla, o Topolino, o 600 D ou o 127. Na virada do século XXI a FIAT abriu as portas aos capitais da General Motors num acordo de parceria que visa à garantia de sinergias na produção.

Skoda 1901

A história da Skoda começa em 1894 quando Václav Klement adquiriu a uma bicicleta alemã. Decidido a pedir informações sobre a sua manutenção escreveu uma carta em checo ao fabricante que lhe deu uma resposta simples: "se quiser uma resposta às suas perguntas, “escreva-nos em uma língua que possamos entender “. Cerca de um ano depois, Václav Klement funda a Laurin & Klement que se iniciou na produção de bicicletas para depois se dedicar aos ciclos motores e posteriormente a triciclos. O primeiro veículo de quatro rodas surgiu em 1901, embora o primeiro automóvel só tenha surgido em 1905, Condicionada pelas duas Guerras que abalaram a Europa, a Skoda ficou no lado leste da cortina de ferro o que limitou seu crescimento. No entanto, o processo de renovação total da marca teve início em 1991 quando foi adquirida pela VW.
Rolls Royce 1903


Em 1903, Charles Rolls já era um construtor de automóveis. Foi nessa altura que Henry Royce o conheceu. Daí surgiu à associação entre o fabricante e o empresário que garantiu a comercialização dos novos modelos que surgiram sob a marca Rolls Royce. O crescimento da marca foi meteórico e em 1906 os seus modelos já eram disputados como ícones de prestígio, uma situação que perdurou ao longo dos anos, apesar dos altos e baixos ditados pelas crises econômicas. Por isso, a Rolls Royce chegou a ser nacionalizada e privatizada em 1987, acabando por ser vendida à BMW no final do século XX.

Rover 1904

A Rover foi o último dos grandes construtores britânicos. Num país que chegou a ser (injustamente) apelidado de pátria do automóvel onde pequenos e grandes construtores floresceram, uns faliram e outros foram adquiridos a Rover, fundada em 1904, foi sobrevivendo, ao longo de uma história muito conturbada. Em 1967, num período de crise, foi integrada no Grupo British Leyland. Em 1988 foi reprivatizada e adquirida pela British Aerospace e, depois de vários anos de colaboração com a Honda, foi adquirida pela BMW em 1994. Esta última marca cedeu-a, em 2000, ao Grupo Phoenix, que não conseguiu revitalizar a marca, acabando por fechar as fábricas. Em 2005, o Grupo chinês SAIC comprou a patente do modelo 75 (que continua a produzir, com o nome Roewe 750) e todos os equipamentos de produção da MG-Rover.

Lancia 1906
Vincenzo Lancia, filho de um industrial italiano, cedo se mostrou um apaixonado pelos automóveis. Em 1906 fundou a sua fábrica em Turim, lançando em 1907 o primeiro modelo: o Alpha 2543. Apesar disso, não se desvinculou dos laços com o Grupo Fiat, onde se manteve como piloto até 1908. Ao logo de mais de cem anos, os automóveis da Lancia têm percorrido o alfabeto grego, criando, em alguns casos, grandes inovações, como o Lambda, que em 1908 apresentou, pela primeira vez, uma estrutura monobloco. A crise da década de 60 foi fatal e, em 1969, a marca foi adquirida pela Fiat.


C o m p a r a t i v o

Marcas "Datas do nascimento"

Alfa Romeo _______________ 1909
Aston Martin ______________ 1914
Audi ____________________ 1969
Bentley __________________ 1919
BMW ___________________ 1922
Chrysler __________________ 1925
Citröen __________________ 1913
Ferrari ___________________ 1929
Fiat ____________________ 1899
Ford ____________________ 1896
Honda __________________ 1960
Lancia __________________ 1906
Maserati _________________ 1912
Mazda __________________ 1960
Mercedes ________________ 1886
Mitsubishi ________________ 1959
Datsun/Nissan ____________ 1912
Opel ____________________ 1898
Peugeot _________________ 1885
Porsche _________________ 1930
Renault __________________ 1898
Rolls-Royce _______________ 1903
Roover __________________ 1904
Saab ____________________ 1947
Subaru __________________ 1953
Skoda ___________________ 1901
Toyota ___________________ 1935
Volkswagen _______________ 1938
Volvo ____________________ 1924

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mini Ferrari 512

Este é para os fãs das miniaturas...

HISTORIA DO VOLKSWAGEN (03)

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NOVOS TEMPOS E NOVOS MODELOS

Em 1961 apareceu um novo modelo, o Tipo 3 mais conhecido como Volkswagen 1500 – (no Brasil o TL) também com motor 1600 – em diversas versões: sedan 2 portas, sedan 4 portas, furgão (Variant) e também um conversível que chegou a ser comercializado na Europa, mas, pararam sua fabricação por questões de segurança, pois sua carroceria perdeu toda a sua rigidez.


VW 1500 o Tipo 3 fastback


VW 1500 o Tipo 3 notchback


vw 1500 o Tipo 3 squareback / variant

A novidade era o motor, que seguia os princípios básicos da mecânica Volkswagen, mas com a ventoinha horizontal. Esta modificação fazia com que o 1500 tivesse uma vantagem contra os Bezouros, pois podiam carregar bagagens tanto na parte dianteira como na traseira onde se tinha acesso ao motor por meio de uma porta desmontável. Apesar de vantagem, o aspecto mais atual para a época, melhor de dirigir e mais confortável, nunca foi tão popular quanto o Bezouro e deixou de ser fabricado em 1973.


VW 1500 cabrio nunca fabricado

Em 1964 se inaugurou outra fábrica em Emden, um porto do Mar do Norte, escondido porque favorecia as exportações, principalmente para os E.U.A.. Em 1966 foi lançado o Bezouro 1300, se tratava de um novo modelo que por fora era igual ao 1200, mas com importantes novidades mecânicas.


Imagem habitual nos E.U.A. durante os anos 60, o Bezouro conquistou o mercado americano.

De todos os mercados estrangeiros o americano era o mais importante e influente. Chegava ao ponto das modificações criadas na Europa e que se aplicavam posteriormente nos E.U.A., trocarem de sentido e fazerem o caminho inverso, este foi o caso dos faróis verticais que deram fim aos clássicos faróis inclinados.

Faróis verticais estilo E.U.A.

Esta modificação chegou a Europa um ano depois, em 1968, acompanhada de outras, no desenho que não agradaram aos mais nostálgicos, que consideram os modelos com janela "split" (pretzel) e "oval" como as versões mais genuínas do Bezouro. Naquele mesmo ano se construiu uma fábrica no México onde se produziria o modelo 1200, para a partir de este momento poder nutrir de Bezouros o mercado europeu, caso este deixasse de ser fabricado na Alemanha.

Novo aspecto do Bezouro em 1968.

Em 1968 também apareceria um novo modelo de curta existência, o Tipo 4 conhecido como 411. Se tratava de um modelo de 2 o 4 portas com um motor de 1.679 cc igual ao do Tipo 3, mas, totalmente redesenhado, que, derivaria em outro modelo mais potente, o 412 com um motor de 1.795 cc, que se comercializou também em uma versão com injeção eletrônica. Os dois foram um fracasso e a produção parou em 1974 com somente 400.000 unidades fabricadas.


VW 411 2 portas


VW 411 4 portas


VW 411 Variant


VW 412 2 portas


VW 412 4 portas


VW 412 Wagon

O que realmente marcou o ano de 1968 não foi nem as novas modificações estéticas do Bezouro, nem a nova fábrica mexicana, e, sim a morte de Heinrich Nordhoff. Se encerrava uma importante época na Volkswagen porque ele havia levado a empresa a viver seus melhores anos, se a década de 50 ficou marcada com a morte do pai do Bezouro, agora entrando na de 70, quem morria era a alma da Volkswagen.


Toda a gama Volkswagen até 1970

Os anos 70 chegaram com a aparição de uma enésima variação do Bezouro, o 1302, mas multo significativa já que para muitos dos nostálgicos admiradores dos modelos "split" e "oval", marcava o fim do conceito original de Porsche, as curvas já não eram mais que formas bulbosas com lanternas gigantes, para choques enormes e pesados que o tornasse menos atrativo. A verdade era que todas estas modificações foram feitas porque não se podia conseguir o conforto dos 60 com o desenho dos 30 e ainda fazer cumprir as cada vez mais exigentes normas de segurança automotivas. A modificação principal que permitiu esta nova imagem foi à troca da suspensão dianteira tradicional pela Macpherson que oferecia 85% a mais de espaço no bagageiro ao poder colocar horizontalmente o estepe. No ano seguinte (1971) se incorporou o motor 1.600cc ao 1302.


VW 1302, o capo era mais curto igual ao posterior modelo 1303, mas, ainda conservava o para brisas dianteiro plano.

O ano de 1972 foi histórico porque o Bezouro com 15.007.034 unidades fabricadas superou o recorde da produção do Ford modelo T sendo considerado o automóvel de maior produção da historia. Naquele mesmo ano houve uma nova modificação, se aumentou o para brisas dianteiro, conseguindo assim uns 10% a mais de visão.

O Ford T e o Besouro, os dois automóveis mais fabricados na historia do automobilismo mundial.

Em 17 de fevereiro de 1972 o Bezouro superou o Ford T

O modelo 1302 teve uma curta existência, já que em 1973 apareceria o modelo 1303 desenhado especialmente para o mercado dos E.U.A.. Este modelo já não carregava nada do espírito original já que seu desenho aumentava suas formas com um capo mais curto e arredondado, com o para brisas dianteiro maior e panorâmico, e lanternas traseiras maiores. O 1303 estava disponível com dois motores, um de 1.300cc (modelos 1303 i 1303 L) e outro de 1.600cc (modelos 1303 S y 1303 LS).

VW 1303, de formas grandes e angulosas, com o mesmo capo que o 1302, mas com o para brisas dianteiro curvo e não o tradicional plano. As lanternas traseiras ganharam o apelido de "pata de elefante".

Com toda esta grande atividade dos anos 70 na Volkswagen, seria lógico pensar que a companhia estava em seu melhor momento, mas, não era bem assim. A Volkswagen estava a ponto de ir à falência em 1974 por causa da recessão mundial, causada pela crise do petróleo, e porque não se havia encontrado um modelo totalmente novo e moderno que substituísse o Bezouro. No mês de Maio se anunciou a produção de um novo modelo, o Golf que juntamente com o Pólo salvaram a Volkswagen, depois de tantos anos era impossível substituí-lo por um modelo parecido, os novos modelos teriam o motor refrigerado à água na parte dianteira.


Todos os modelos fabricados pela Volkswagen em 1974

A decisão de parar a fabricação do Bezouro em Wolfsburg em Julho de 1974 para poder fabricar o novo Golf, foi acertada, só peças de carrocerias para as fábricas de Emden e de Bruxelas, mas 1975 se paralisou a produção do 1303 S, e do 1303 A. Em 1976 foi à vez do 1303 e do 1300, só continuavam fabricando o 1200 e alguns modelos do conversível 1303 de luxe, na fábrica da Karmann para o mercado dos E.U.A.
Em 1978 se deixou de fabricar o modelo sedan na Alemanha. Em Janeiro saiu de Emden, o Bezouro 16.255.500, o último "Made in German". Em todo o mundo somava-se 19.300.000 fabricados. O conversível continuou sendo fabricado na fábrica da Karmann até 1980.


O último Bezouro fabricado em Wolfsburg saiu da fábrica em Julho de 1974


O último Besouro fabricado na Alemanha saiu de Emden em 19 de Janeiro de 1978.

Este não foi o final já que depois disto, se continuou montando Bezouros no Brasil de onde saiu o de número 20.000.000 em 15 de Maio de 1981, e no México onde se continuou fabricando até 30 de Julho de 2003, dia em que saiu da Fábrica da VW de Puebla o Bezouro número 21.529.464, o último depois serem fabricados por quase 70 anos.


O Bezouro nº 20.000.000 fabricado no Brasil, 15/05/1981.


O último Bezouro saiu de Puebla em 30 de Julho de 2003.
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“ O texto e fotos acima foram retirados e traduzidos do site AMICS DEL VOLKSWAGEM CATALUNYA “ (www.avwc.org).

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

HISTORIA DO VOLKSWAGEN (02)

TEMPOS DE RECUPERAÇÃO

Com o fim da guerra, a Alemanha estava dividida em zonas, a fábrica de Wolfsburg ficou sob controle britânico. Por causa dos intensos bombardeios estava praticamente destruída, mas os ingleses se instalaram nela e, juntamente com o pessoal alemão começaram a reconstruí-la consertando as maquinas que se podia aproveitar para fazer funcionar mais rápido possível. No final de 1945 Wolfsburg já tinha 6.000 trabalhadores, a metade deles se dedicavam exclusivamente a reconstruir a fábrica. Os ingleses então decidiram criar uma numeração nos modelos, para diferenciá-los: O Kdf-Wagen era o Tipo 1, se criou uma segunda numeração que identificava o tipo de carroceria, o 1 era o sedan e o 5, o conversível.


Em 1945 a produção continua numa fábrica em ruínas.


Em março de 1946 saiu de Wolfsburg o Bezouro nº 1.000

No final de 1945 e depois de superar a falta de matéria prima, se conseguiu fabricar 58 veículos do Tipo 11 (Kdf-Wagen berlina) que não eram muito confortáveis. Com a tenaz direção britânica, Wolsfburg sobreviveu ao pós guerra e aumentou sua produção até chegar as 1.000 unidades fabricadas em Março de 1946, aquele montão de ruínas e sucatas haviam se transformado em uma verdadeira fábrica de automóveis.






A fábrica de Wolfsburg em 1949

O primeiro passo para retornar a fábrica a dos alemães foi dado em 1 de Janeiro de 1948 quando Heinrich Nordhoff foi nomeado diretor geral de Wolfsburg por recomendação do major Hirst e do coronel Radclyffe, responsáveis britânicos até então. Nordhoff foi o homem chave para a consolidação definitiva da Volkswagen, diga-se de passagem, em anos difíceis, como foram os da pos guerra européia. Em 6 de Setembro a Volkswagenwerk Gmbh passou definitivamente para as mãos alemãs, convertendo-se em propriedade da República Federal da Alemanha.
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TEMPOS DE ESPANSÃO E TROCAS



Durante os 20 anos que Nordhoff esteve à frente, a empresa experimentou um crescimento e uma expansão espetacular. Tendo as idéias claras de como tinham que ser as chaves da expansão da companhia: fabricar um só modelo de automóvel, fazer as menores possíveis (só para melhorar a qualidade) para não perder seu espírito e, sobretudo, introduzir-se em novos mercados internacionais. Nordhoff sabia que a exportação, era a única maneira de aumentar a produção, mas, para poder ter êxito no exterior, teria de oferecer um modelo de exportação com qualidade maior do que a do modelo alemão. Os modelos Export trouxeram uma melhora nos equipamentos da fábrica.

Modelo export de 1949.


O "Colborne-Baber" una das primeiras importações britânicas pintado em dois tons de azul e com cromados.

O primeiro modelo Export saiu em 1 de Julho de 1949 juntamente com dos novos modelos cabrio: e Hebmüller, de 2 lugares, e o Karmann, de 4 lugares. EUA e Holanda foram os principais mercados exportadores. O primeiro Bezouro Export foi para EUA em 17 de Janeiro de 1949, a produção aumentava num ritmo frenético, se em 1950 a produção diária era de 312 veículos por dia, cinco anos depois era de 1.000 por dia. Os tempos difíceis se acabaram, e a década de 50 firmaria a nível mundial o Bezouro.



Cabriolet Hebmüller dois lugares



Cabriolet Karmann de quatro lugares

Esta nova década começou com uma trágica notícia, em 30 de Janeiro de 1950 morreu Ferdinand Porsche depois de ver seu sonho realizado, a fabricação em série de seus automóveis, mas nem tudo seria ruim para aquele ano. A inauguração de uma nova fábrica em Brunswick; a construção do Bezouro número 100.000; o lançamento de um novo modelo o Tipo 2 "Transporter" (a Kombi e a furgão da Volkswagen) e também de um modelo de Bezouro com meio teto solar de lona, entre um sedan e um cabrio, que vinha equipado com umas curiosas janelas de ventilação posteriores que não tiveram muito êxito e foram substituídas só um ano depois.


Diferentes versões do Tipo 2 (Kombi)

De 1950 a 1953 o desenho do Bezouro experimentou uma série de modificações, tanto exteriores como interiores, sobretudo no modelo Export, cada modificação atraía mais clientes e novos mercados. O término destas modificações foi em 1953 quando a janela traseira partida o "pretzel", foi substituída por uma inteiriça de forma oval.
A partir de 1953 apareceria o modelo com vidro traseiro oval.
A expansão da Volkswagen era plena, em Março de 1953 se inaugurou a fábrica de São Paulo (Brasil), a primeira que fabricava totalmente o Bezouro fora da Alemanha, e, em Agosto de 1955 foi fabricado o de número 1.000.000.


Em 5 de agosto de 1955 o Bezouro nº 1.000.000.

Em 1956 a Karmann apresentou um novo modelo baseado na mecânica do Bezouro e desenhado pela italiana Ghia, o resultado foi um esportivo como os italianos, com a robustez da mecânica Volkswagen, e vinham nas versões coupé e conversível.
Modelo "Karmann-Ghia" conversível.

Modelo "Karmann-Ghia" coupé.
Em 1958 a janela traseira oval desapareceria dando lugar a uma maior com maiôs visibilidade, esta modificação trazia também o para brisas dianteiro maior, lanternas traseira maiores e tampa do motor redesenhada. O Bezouro deixava para traz algumas de suas formas mais clássicas e antiquada, que o tinham caracterizado no início, para que pudesse se renovar totalmente e entrar numa década decisiva e cheia de êxitos, a de 60.


1958 marcou o fim dos ovais
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“ O texto e fotos acima foram retirados e traduzidos do site AMICS DEL VOLKSWAGEM CATALUNYA “ (www.avwc.org).
(continua...)